(...)quatro dias brancos, seguidos; um céu constante, imóvel, silencioso. Branco.
A minha mãe disse para eu não parar de escrever e eu penso nisso, "Parar por quê?". Nada neste mundo justificaria...
(...)esse céu provoca-me, brancura de arder os olhos...
Quero esquecer o passado, quero começar folha nova. Branca. Esse tempo combina comigo e eu não recuso a oferta.
Quero esquecer a moça que me apresentaram como guerreira, os golpistas, o poeta confuso, o homem em união estável, a mulher indecisa, a bipolar, os ambíguos e os vendidos. Lembrar nunca mais dos perdedores. Quero esquecer as pessoas que exageram quando pensam em mim, e jamais enxergam a mulher normal, como outra qualquer. Dão-me honras que não tenho ou que eu mereça. Sou uma criatura que bate os dedos no teclado e debocha da vida, mas que nunca debochou do amor.
E eles me apontam o amor, mas nunca o conheceram...
E eles me perguntam qual o meu número preferido, e eu respondo, "O branco".
(eu plagiando meu filho na última frase... mãe, enquanto houver céus, eu escreverei).
Junho, 8