2021 foi uma desgraça, mas eu conheci pessoas muito legais, reencontrei outras e defini meu chão, não que a gente seja limitado a um quadrado, mas é preciso cravar limites e impor barreiras, só mesmo a alma ilimitada, mas alma é quintal de poucos.

"Autoestima não é sobre acreditar que vão aplaudir você. Autoestima é sobre você não precisar que aplaudam."

Tomei a terceira dose da Pfizer. 🙏

Como diz a minha filha: não vamos morrer por vacina, mas você vai de covid-19.

"A pessoa pode ser uma boa companhia para três horas de jantar, um café, um papo na livraria, mas leva pra casa... "Sangue de Jesus tem poder", diria minha avó. O príncipe e a princesa derretem. Não se iluda com encontros. Encontros são enquadramentos que não mostram nada." 

Laion Monteiro

brasileiros

Perguntei na Páginas Amarelas Brasileiros em Los Angeles se alguém indicaria um fotógrafo. 

Teve quem, nos tempos atuais, respondesse com apenas eu sou, meu telefone é, conheço um cara cujo telefone é; teve quem desse nome e links o que é perfeito,  e teve gente para me responder no privado com um ponto e depois que critiquei passou a surtar. Teve quem passou no post, conversou com outros e não me dirigiu a palavra nem me respondeu no privado, mas depois apareceu falando que no dia que perguntei era seu aniversário. Teve um cara bom fotógrafo, disse que não entendeu a pergunta e depois que desenhei com exemplos sumiu. 

A gente quer valorizar o produto nacional, mas...

20 de janeiro de 2022. Treze anos nos EUA.

É aqui onde me sinto melhor, calma, plena, sem sobressaltos. Sozinha, sem parentes e amigos, mas de bem comigo mesma como se a minha matéria tanto física quanto espiritual fossem daqui e não do Brasil. Quando chego no aeroporto de Los Angeles, sinto o vento fino no meu rosto a dizer, "welcome my dear"!

Amo o Brasil, mas ele me enlouquece. Percebo a minha irritabilidade exarcebada, perco o sono fazendo planos A, B e C. Aqui é diferente, deixo-me levar calmamente pelo destino, não brigo mais, apenas sigo em frente.

Eu deveria continuar este texto e falar das minhas alegrias por aqui, mas não consigo, travo-me no pensamento de que a minha irmã nunca veio me visitar e agora não virá mesmo. Talvez seja tempo de eu fazer acordo com os finos ventos para que eles a tragam para mim.

Estou num hiato da vida, numa lagoa silenciosa, pensando que todos os mortos estão em algum lugar, menos ela. 

Queria que ela soubesse que faz falta, queria que ela soubesse que o lugar dela está vazio e nas lojas, as roupas que ela gostava perderam a graça. 

Nem os EUA são mais os mesmos.

O homem mau cava a sua própria cova. O universo nem pisca.

Sempre em tempo:

O mundo mudou bastante nos últimos vinte anos, de forma acelerada e com sinais de que retrocessos não serão aceitos, pelo menos, do lado ocidental dele, melhor frisar. As mulheres estão mais fortes. Ponto. Sou mulher forte e fico feliz por isso, mas, sem qualquer sinal de supervalorização do macho, ainda tem muita mulher pensando que engravidar vai segurar seu homem. O velho golpe da barriga não acabou, mesmo se tratando de mulheres com discursos de independência geral e irrestrita. É muito papo. Muito discurso falso de ser a tal para num piscar de olhos, engravidar. A tal sabe como evitar procriação, a tal nem quer, quer gozar a vida de montão, ter um monte de pets, até o dia que cai de amores e encontra o homem da vida dela, ponto. Sem supervalorização de nada.

Desde agosto, hoje foi o primeiro dia que me senti descansando. A gente retoma, o caminho aparece, a vontade surge.

A verdade sempre aparece; não adianta tentar afogar a rolha na bacia d'água.

Comprei câmeras e mandei instalar no apartamento da minha mãe. A 10 mil quilômetros de distância, eu a vejo várias vezes por dia. Ainda não tenho palavras para descrever o que sinto, mas dói sempre.

Eu, 55 anos, 7 tatuagens em 5 meses.