EU DISSE QUE GOSTAVA DE DIÁRIOS?

Fotografia, Suzana Guimarães
Data: Junho de 2020


quarta-feira, 25 de abril de 2018


Blefar comigo é tolice. Eu sempre pago para ver. Isso é quase mania...

Desculpa-me, estou nadando, não posso saber de você. A piscina é grande e há espaço para todos. Nade.

Posso dizer que saber é quase desnecessário; pensar é o importante.

Saber pouco me conduz; pensar é obra diária, entre ser forte e ser fraco. Sou forte. Traço meu caminho.

Tenho o hábito de despedidas; isso me cansa.

Os dias me sopram segredos; eu me faço de desentendida. Saber a mim pouco importa embora o hábito da antecipação.

terça-feira, 17 de abril de 2018


Não tenho mais tempo para terrenos hostis.

Esta casa é realmente minha, mas vem quem quer. Não preciso que você me puxe o saco...

Definitivamente, não sou pessoa de Facebook, Instagram e sei lá mais quantos.

Abril.

Dias de ventos. A persiana branca balança, aflita e satisfeita, parece feliz. O inevitável cochicha ao meu ouvido, ronrona, eu não o entendo bem, mas percebo a cadência dos dias bem mais infinitos que meus desejos. Sou dona da paz. Chamam-me “ sweet Suzana “... isso ecoa doce.

Deve ser porque é primavera.

Os esquilos voltaram. Os pinheiros jogam agora sementes nas varandas. Uma pomba cagou numa das portas de vidro, mas isso é vida!

Pela primeira vez vejo as nuvens amarelas, a polinização do milagre...

Abril, 17


Deus faz coisas erradas; para ver como a gente atua...

domingo, 15 de abril de 2018


Ele falou que o tempo é cruel e uma fábrica de monstros...

Abril, 14 e 15

sábado, 14 de abril de 2018


A Syria chama os rebeldes de terroristas. Que terroristas são esses de chinelos e carregando crianças?

Valorizamos, amamos, na realidade, o tempo que gastamos amando, não o sujeito em si.

Uma pergunta com ponto final.

Abril, 14

domingo, 1 de abril de 2018


Quando vemos nossos rostos, reconhecemos nossos próprios nós.
Cansou-me a leviandade de muitos ao falarem da vereadora assassinada. Sinto repulsa, nojo dessas pessoas. Acompanho o caso deste o início, mas eu não podia falar nada porque eu não sabia nada sobre ela, até então. Agora, eu sei, graças à desgraça das línguas e dos dedos alheios, afoitos para justificarem suas existências. O certo é que ela conquistou e fez mais que todos esses que a condenam levianamente.

Nas desgraças é que conhecemos o outro.