Hoje, eu caminhei em flores, papoulas crescidas por conta própria nas montanhas que assim agradeceram as águas dos céus... é disso que eu gosto... sentido de independência e liberdade.
EU DISSE QUE GOSTAVA DE DIÁRIOS?
Fotografia, Suzana Guimarães
Data: Junho de 2020
sábado, 30 de março de 2019
Deve ser triste deletar as fotos do ex. Mais fácil seria apenas virar a página, voltar-se para os capítulos seguintes do livro chamado Vida, contudo mais fácil é não comentar sobre. E deletar. Picar, cortar, queimar, furar as fotografias. E eu pergunto: adianta? Funciona? Vai incinerar as fotos das praias, das festas, das declarações públicas de amor eterno e conseguirá com isso apagar a história? Impossível. Deixa de vergonha. Deixa de pudores falsos. Comenta. Esclareça. Oras, você fez questão de alardear o amor de vocês, então, agora, deixa as fotos e prossiga.
quarta-feira, 27 de março de 2019
segunda-feira, 25 de março de 2019
Assisto à vida. Sentada na fila de trás não sei se o que me diverte é o público ou o filme a que assistimos. Jocoso mar sem fim onde entram todos, os que sabem e os que não sabem nadar ou pensam que sabem. Assisto. Essa é a minha única diversão pois de fato esse mar cansa e essa sala e esse filme. Cansam-me também toda essa gente e meu corpo ora elegante ora frouxo. Alegra-me saber que essa gente se substitui, se move, nasce e morre e, em mim, alguns poucos são eternizados. Assisto. Debocho. Sou também essa brincadeira, esse filme, esse mar, essa sala de diversão; essa gente toda.
Assisto. Agonizo. Ardo.
Não fui salva... por Ewa Lipska.
Não fui salva...
(Ewa Lipska)
Não fui salva pela inundação
contudo mais de uma vez toquei o fundo
Não fui salva pelo incêndio
contudo ardi durante anos
Não fui salva pelas catástrofes
contudo comboios e automóveis passaram por cima de mim
Não fui salva pelos aviões
que explodiram no ar comigo a bordo
Os muros das grandes cidades
desmoronaram-se sobre mim
Não fui salva pelos cogumelos venenosos
nem pelas balas precisas dos pelotões de execução
Não fui salva pelo fim do mundo
que não teve tempo de se ocupar de mim
Nada me salvou
EU VIVO
sexta-feira, 22 de março de 2019
My backyard
Gosto destas noites frias. Gosto deste silêncio à minha volta, ganhando a casa toda. Há copos-de-leite em uma das laterais; parecem soldados enfileirados, em profunda e costumeira prontidão. Ao fundo tem muro de Olhos-negros-de-Suzana, tem heras. Tem uma árvore que abriga pássaros e abelhas em suas temporadas. Acho que o tomateiro morreu após o último verão. Tem gerânio que insisto em ressuscitar. Tem suculentas e cactos. Espadas-de-são-jorge, também! Tem um pé de jasmim, mas o da vizinha cheira mais. Tem uma moita enorme de Onze-horas, roxa, linda! Tem plantas que desconheço os nomes. Tem eu.
A Califórnia tem terremotos por estar localizada sobre a Falha de San Andreas. Eu sei. Eu sempre soube. Em Belo Horizonte, a cidade onde vivi dos catorze aos quarenta e poucos anos, tem tiro na esquina por causa de um tênis ou por nada mesmo, e, em Minas Gerais tem as mineradoras e seus rejeitos que podem aniquilar uma cidade em poucos minutos. Prefiro aqui!
quinta-feira, 21 de março de 2019
domingo, 17 de março de 2019
sábado, 16 de março de 2019
sexta-feira, 15 de março de 2019
Quem diria que um dia eu estaria fazendo ioga no quintal da minha casa no sul da Califórnia...
Ninguém, nem eu. Surpreendente vida! Quando perdi, quando perdia, quando nadava no rio da desolação eu tinha um mundo pequeno e não sabia.
O caminho de um mundo melhor é feito da cortesia de não magoar coração algum. Não se levante de onde você está se a sua intenção com a outra pessoa é frouxa, anêmica... não porque o universo irá cobrar, mas porque dá nojo sentimento barato.
quinta-feira, 14 de março de 2019
quarta-feira, 13 de março de 2019
terça-feira, 12 de março de 2019
segunda-feira, 11 de março de 2019
Choveu muito em janeiro e fevereiro. Chove também em março. Os poetas falam de chuva como se falassem de lágrimas. Eu, não. Falo de chuvas. Não há metáforas. Água que desce do céu em muito ou pouco volume. Tempestades! Hoje, aqui, choveu em pingos e mesmo assim fui andar. Eu não queria falar sobre isso... Choveu, chove. O passeio está molhado e todo o quintal da casa.
Vivo assim. Agora sou assim. Aos poucos, quase nada. Já vivi grandes tempestades de vida. Já vivi todas as estações. Já fui atrás de cometas. Hoje, eu respiro e sigo. Sou um ponto no universo. Espero que ele esteja olhando-me. Amanhã é mistério.
sábado, 9 de março de 2019
Se fosse colocada em situação de aprisionamento, eu usaria o meu poder de manipulação que é um escândalo de forte. Apenas nesse caso. Não mais. Que cada um siga seus desejos, suas vontades e assuma-os. O importante não é seguir as próprias ânsias, mas assumi-las. Porque a vida corre, a vida corre... igual a um rio.
sexta-feira, 1 de março de 2019
O mínimo que um filho adulto deve fazer para a sua mãe é poupá-la de reclamações. Convida-a para ir ao cinema, para jantar e paga a conta. Cala a boca para comentários desnecessários. Fala de receita de bolos, fala sobre alguma coisa de política, sobre a vida dos famosos, fofocas, qualquer coisa boa ou leve, de preferência, pula as desgraças. Amadureça!
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