EU DISSE QUE GOSTAVA DE DIÁRIOS?

Fotografia, Suzana Guimarães
Data: Junho de 2020


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

1.582 mortes no Brasil, hoje, por coronavírus.


250 mil mortes no Brasil, no total.


EUA avançam para mais de 500 mil mortes, no total. A Califórnia lidera em número de contaminados e mortos. Mas a pandemia entrou em declínio nesta semana. 

E a vida segue.
Life goes on. 

Deus tem sido detalhista comigo...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

 

Feliz por saber que as pessoas ainda não perdoam atitudes desprezíveis. 

domingo, 21 de fevereiro de 2021

 


O amigo que fala mal de mim para você fala mal de você para mim e fala de todo mundo. Quem é amigo de todo mundo não é amigo de ninguém, apenas de si mesmo.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

O menino do skate

 

Eu só vi o acidente porque desviei do meu caminho de volta para casa para caminhar até a mesa que tinha um livro aberto sobre ela, no jardim da universidade. Na mesa, o livro tinha suas páginas folheadas pelo vento, era sobre maternidade e nascimento. No chão, estava o marcador de páginas do livro: um cartão grande com a imagem de Jesus Cristo de mãos abertas e delas saía luz. 

Um minuto depois, no máximo, dois, eu vi o rapaz caído no chão, sacolejando a cabeça, entre a pista de carros e a calçada, na pracinha da universidade. Ao lado dele, um skate. 

Noite fria, apenas um carro passou e parou para ver. Um casal de orientais, mais próximo dele que eu, olhava. Foram segundos de choque e impasse. Falei para R que era preciso chamar imediatamente a polícia, fiquei tão nervosa que falei Samu, no lugar de ambulância. A amiga dele o viu de longe, desceu correndo a calçada, gritando seu nome, e o colocou de lado no chão por sobre o próprio braço dele. 

Posso jurar que o tempo parou, a noite, o vento. Ele não parava de tremer a cabeça. Chegou um corredor de rua para ver. Então, R caminhou em direção à pequena torre de luz azul, onde se lê a palavra emergency e acionou a polícia. Foi atendido imediatamente. Eu que tanto caminho naquela universidade jamais reparei aquelas torres espalhadas para chamar socorro. A pessoa do outro lado fazia perguntas, mas já sabia onde estávamos. O corredor de rua e o casal também falavam ao telefone. 

Foi então que vi a amiga debruçada sobre ele, de costas para mim, duas asas brancas abertas e entre elas a palavra angel, na blusa de frio. Um minuto se passou e ouvimos as sirenes. Chegaram dois carros da polícia e atrás deles uma ambulância. 

Falei, só saio daqui após saber que está vivo. Ele parou de chacoalhar a cabeça um pouco antes da polícia chegar. A amiga ficou calma. Havia no ar alguma densidade, eu poderia tocá-la de tão real. 

Quando os policiais saíram dos carros e se aproximaram, passou a magia. Tudo se tornou a realidade de um acidente. 

Retomei meu caminho. O livro deve ainda estar lá, balançando suas folhas. Voltei para casa, um pouco menos, um pouco mais, pensando na vida. É bom estar aqui.


Fevereiro, 17 (no Facebook)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021


É preciso tratar as próprias frustrações antes de tudo, antes de se relacionar com os outros, antes de tentar ser feliz, antes de fazer a lista do que lhe é importante. Tem gente que não trata; não trata e não percebe ou finge não perceber que seu passado, a sua origem, seus pais, enfim, a sua vida lhe incomoda. Tem gente que não aceita ver o passado e a origem do outro "melhores", cisma, fica mentalmente implicando, como se o outro tivesse culpa disso. O outro não tem culpa, não! 

Só são "melhores" porque a inveja arde. A inveja enxerga demais.


Fevereiro, 16 (no Facebook)

domingo, 14 de fevereiro de 2021

 

Meu filho teve aulas particulares de matemática aos oito anos de idade, em Belo Horizonte, com uma mulher que trabalhava em um colégio famoso da cidade como conselheira no período da tarde. Pelas manhãs, ela ensinava matemática em casa. Essa mulher foi extraordinária tanto em matemática como em incutir na cabecinha dele que era preciso ter um caderno bem arrumado, ter organização, horário, enfim, disciplina. 

Na penúltima aula dele, eu tinha que fazer o pagamento das aulas e por isso subi até o apartamento dela. Eu também queria me despedir e agradecer e resolvi descer do carro e encontrá-la pessoalmente, ao invés de enviar o cheque através do meu filho.

O marido dela conversava aos berros ao telefone na sala de visitas que era ao lado da sala de jantar, onde eram as aulas. Ao chegarmos no carro, comentei com meu filho o absurdo daquela situação, um sujeito berrando, atrapalhando a aula. Ele me disse: assim é todos os dias. 

Hoje, eu me lembrei dela e pensei: espero que já tenha largado aquele marido.


Fevereiro, 14

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

 

Aprendi a não mais ter pressa para certas coisas ou não aprendi, mas apenas tranquei a luta, sei apenas que não preciso terminar rapidamente tudo o que começo, posso responder alguém à prestações, fazer compras também, o mesmo para limpar a minha casa, cuidar das plantas, e, principalmente, lidar com gente. Eu não me fiz de uma vez só; foi acontecendo ao longo de 54 anos.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021


Lendo alguns dos meus emails de doze anos atrás, senti um certo desagrado de mim mesma. Reconheço que me dou por vencida. Nunca preguei a verdade porque eu não sei qual é a verdade, mas nasci com clarividência e, por isso, acesso regiões humanas que muitos não conseguem. Entretanto, eu cansei até disso! Meu jeito teve que ser modificado. E eu fiz isso. 




"Letramento racial", acabei de ler essa expressão. Do que se trata? Os discursos não podem mudar sozinhos. "Cancelamento", "estrutural", "descontituição", cor beringela, tudo bem bonito. Dentro do lar, um inferno.

Muita gente confunde educação e bondade de alguns com tudo o que é do interesse delas; de forma básica, simplista.