EU DISSE QUE GOSTAVA DE DIÁRIOS?

Fotografia, Suzana Guimarães
Data: Junho de 2020


domingo, 31 de dezembro de 2023

Só o diabo saberia o motivo quando meu irmão, no cti, diante da minha irmã falecendo por insuficiência renal e cardíaca, após onze anos curada do câncer que quase a matou, me disse: você não pode usar o nome Guimarães, não tem honra para isso. Talvez ele pensasse em me deserdar para ficar filho único. Não sei, nem quero saber, no passado fomos amigos e padrinhos um do outro nos casamentos e dos filhos de cada um de nós. 

Não implico com ninguém, principalmente com meus filhos e marido porque eu cresci em meio a pessoas que implicavam comigo por tudo e por nada. Meu pai, embora irascível de nascimento por sofrer de ansiedade generalizada que ele e nós demoramos uma vida para sabermos  o diagnóstico dele, não implicava comigo e com ninguém. Meu pai vivia a vida dele, cada um na sua e eu na minha. Certa vez, ele me disse: nenhum homem tem certeza cem por cento de que seus filhos são realmente seus, e isso não me importa e eu não quero saber; jamais faria teste de DNA, mas de você eu não faria mesmo, em hipótese alguma porque você sou eu novamente, você é uma legítima Guimarães. 

A vida é singela e feliz. Procuro viver como ela quer, com singeleza e cuidados. Então, eu não implico com meus filhos, e, inclusive, ontem, passei o dia na rua para a minha filha ter momentos festivos com seus amigos, jogar os joguinhos deles e fazer biscoitos de chocolate. Ao sair, eu disse, só volto à noite, a minha casa é a casa de vocês. 

Feliz 2024 a todos! 

sábado, 30 de dezembro de 2023

Nossa fantástica viagem para Portugal 🇵🇹. (Parte 5/fim da crônica figurada)

Fomos a Nazaré para vermos as ondas do mar de 35 a 40 metros de altura, mas o mar estava calmo. Em Fátima, eu não senti absolutamente nada de religioso ou espiritual até que vi uma escultura em bronze de Jesus deitado em um banco de praça, indigente e sozinho, coberto por um manto, e então bateram as três horas da tarde no relógio da igreja blém- blém-blém... Em Porto, na ponte Dom Luís I, à noite, eu me deslumbrei. Meu primeiro deslumbre na vida foi quando eu vi o Rio de Janeiro lá em cima, aos pés de Cristo; o segundo foi quando vi um caminho praiano em Florianópolis: o terceiro, foi no Grand Canyon, no Arizona, e, agora, o quarto deslumbre, ali eu poderia morrer. Guimarães, a cidade berço de Portugal, assim chamada porque foi ali que o país começou, é a mais alegre e forte que conheci. Pra lá, eu voltarei.

Nossa fantástica viagem para Portugal 🇵🇹. (Parte 4)

Portugal é imensidão. É preciso uma vida toda para conhecê-lo. A culinária portuguesa me conquistou. Vá a Porto e coma a Francesinha. Vá a Óbidos e toma licor de ginza. Em Évora, coma porco preto e Bifanas de Venda Nova. Em Lisboa, coma os bolinhos de bacalhau recheados com queijo da Serra da Estrela. Perca-se também nos pastéis de nata. Em Braga, comi o melhor quindim da minha vida; em Sintra, comi Travesseiro - quase ninguém gosta, eu amei, senti até gosto de pêssego numa receita que só tem ovos. Em Coimbra,  saboreamos o maior prato de frutos do mar quentes e frios da nossa vida. Em Aveiro, tem ovos moles, um docinho. Portugueses são especialistas em fazer doces com gemas de ovos pois, no passado, as freiras usavam as claras dos ovos para engomar suas roupas e depois precisavam inventar receitas para usarem as gemas que sobravam. Em Portugal, come-se muito carne suína, galinha, pato, peixes, sardinhas e frutos do mar. Tudo regado com muito azeite. Azeitonas são servidas religiosamente como aperitivos e há uma variedade enorme de vinhos, claro, o país é um dos melhores e maiores produtores de vinho do mundo. Portugueses são hospitaleiros, gostam de oferecer uma taça de vinho do Porto e fazem festa com Sangria. Disseram-me que eles bebem vinho todos os dias. (Continua)

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Nossa fantástica viagem para Portugal 🇵🇹. (Parte 3)

Portugal é um país socialista que parece que deu certo, embora haja insatisfeita oposição. Os portugueses falam corretamente,  os idosos batem pernas nas ruas mesmo debaixo de chuva. No trânsito, raramente buzinam, mas estacionam em cima das calçadas. As calçadas portuguesas que tanto amo em Belo Horizonte e em Ouro Preto estão por toda a parte, e são bem conservadas. A grande maioria deles fala duas línguas. Eles gostam de tomar café em pequenas xícaras, assim como os brasileiros. Eles falavam que somos irmãos, eu respondia que somos crias deles. Estar em Portugal é recordar muitas cidades mineiras, eu me senti em uma enorme Ouro Preto. (Continua)

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Nossa fantástica viagem para Portugal 🇵🇹. (Parte 2)

Já viajamos bastante dentro do Brasil e dos Estados Unidos, já saímos da fase do ninho com os filhotes, não queremos poupar dinheiro para a aposentadoria, queremos desfrutar da nossa harmoniosa companhia. 

As estradas de Portugal são iguais às dos Estados Unidos, simplesmente perfeitas e seguras, embora haja muito pedágio em Portugal, mas no Brasil, já li sobre empresas que perderam a concessão porque apenas cobravam, mas não cuidavam. Os brasileiros pagam impostos altos e não têm estradas que prestam. Já viajamos de carro vinte anos atrás e trafegávamos pelo acostamento onde crianças recebiam moedas para jogar pás de terra nos buracos do asfalto. Pesquisamos antes, buscamos informações sobre o que seria mais econômico e eficaz para nós, desde condução, hospedagem e comida. O povo português é solícito, educado, feliz e sem muita paciência, assim como eu, me identifiquei. (Continua)

sábado, 23 de dezembro de 2023

Nossa fantástica viagem para Portugal 🇵🇹. (Parte 1)

Nossa fantástica viagem para Portugal 🇵🇹. Era uma vontade antiga, também uma brincadeira porque meu último nome é Guimarães. Portugal era uma ideia, mas não se deve amar ideias, apenas e talvez experimentá-las e foi isso que fizemos: alugamos um carro e percorremos boa parte do país, Lisboa, Évora, Setúbal, Sintra, Queluz, Cascais, Ferreira do Zêzere, Lagoa Azul, Tomar, Fátima, Nazaré, Coimbra, Aveiro, Braga, Porto, Gondomar, Óbidos e, claro, Guimarães. Portugal nasceu para mim, foi repensado. Tivemos a oportunidade de experimentar nossas estadas em hostels, dentre dois únicos hotéis. Há hostel com quarto e banheiro privativos e nós recomendamos todos eles. O único que não tinha banheiro privativo foi o Quinta José e Maria, em Ferreira do Zêzere, cujos proprietários são brasileiros e extremamente hospitaleiros. Tivemos a sorte de ter a casa todinha para nós... tem café da manhã e o local é irresistível de lindo. Fazendo economia, pendurando no varal a roupa para secar, cuidando nós próprios da nossa casinha, fazendo manicure e pedicure em casa, apagando as luzes, comendo em casa, dispensando as noites nos bares... a gente salva uma boa quantia de dinheiro. (Continua)




segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

domingo, 10 de dezembro de 2023

Jantar à francesa, "boca-livre" brasileira, o dono da festa é rico, quem quer ser servido de uísque, cerveja, vinho ou coquetel vai a um balcão no centro do salão; se não deixar uma notinha de dólar para o barman, o copo será enchido em menos da metade. A festa não é dele, não é para ele e muito menos a bebida, mas é assim, Estados Unidos da América.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Portugal 🇵🇹, te amo.

Voltei há poucos dias de Portugal, mas ainda não aterrisei meu espírito. Quero escrever sobre esse país que me encantou e postar algumas fotografias. Sobre os portugueses, há certa diferença entre os do centro e sul e os do norte e eu me identifiquei mais com os do norte. Sobre o que dizem dos brasileiros, eles apenas não querem que o país perca a segurança de que tanto se orgulham e não vire o que somos atualmente, um país com medo. Concordo totalmente. 
No mais, pergunto-me: por que demorei tanto para ir a Portugal?