EU DISSE QUE GOSTAVA DE DIÁRIOS?

Fotografia, Suzana Guimarães
Data: Junho de 2020


quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Não trato a minha inteligência como se fosse um trapo velho - usada para qualquer coisa.



O problema do petista é acreditar que tudo o que ele faz é 
certo. Utopia demais. Arrogância demais. 

E acredita que tudo o que os outros fazem é errado.
Não entendo o por que do país estar nesta merda que está, após anos de pompa petista.

P.S.: não votei no Bolsonaro.

À flor da pele

https://youtu.be/7TZrqlIyHSM

terça-feira, 29 de janeiro de 2019


Em 2015, quando aconteceu a tragédia em Mariana, eu fiquei muito triste, li quase tudo sobre, vi imagens, mas pensei que seria para nunca mais. Um tempo atrás, vi imagens de lá, e fiquei mais triste ainda porque tudo é lama seca ainda, tudo é assolação. Agora, três anos depois, diante de outra tragédia igual em Brumadinho, novamente em minha terra materna, estou triste e perplexa; com certeza, a Mineradora Vale acabará com Minas Gerais, até a última montanha, a última pedra, o último mineral.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019


Eu sei que a vida é isto, perceber, ver, confrontar e suportar os tumultos porque fazem parte dela, da vida, junto com as coisas boas, um conjunto a ser visto e vivido pacificamente. Viver como se não existissem as partes chatas, as pessoas ruins ou também chatas, as dificuldades. Mas, ó miséria humana! Como é difícil abstrair! Fingir que não vi! Fingir que não sei. 

Minha liberdade mata-me. Ser livre pode sufocar neste mundo dos falsos. Tenho que disfarçar, fazer postura elegante, carinha boa, tudo porque assumi a minha existência, minhas escolhas, meus desafios, meus filhos, meu marido, minha condição financeira e intelectual, porque não escolhi o outro lado, não me vendi por bens materiais, não traí meus filhos, não os deixei para outros embalarem, não fingi amor, não mascarei a minha realidade... não adulo por necessidade de preenchimento, não puxo o saco de ninguém. Virei ermitã! Moro na copa da árvore e isso é livre e alguns me dizem que livres são os apegados, os que amam ideias.

Não sou boa. Não sou santa. Tenho pensamentos homicidas. O que me salva é manter esta postura controlada tão firmemente controlada que tornou-se hábito. É insistir na abstração. É escrever. Aqui, da copa, imagino voos, sou sonhadora. Que eu morra antes de ser óbvia.


domingo, 27 de janeiro de 2019

Se mexe, há vida, e eu me pergunto se é um humano ou um animal. A lama não deixa saber muito bem, num primeiro momento, se é gente, se é rico, pobre, branco, amarelo, negro, se é velho ou novo. Um apagão na luz.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

A morte de quem você ama


A morte da pessoa que você gosta é um confronto. Estar diante de tudo aquilo que a representa e não tê-la. Entender que o vazio que reina é para sempre. Entender que a ausência é também para sempre. Aceitar que acabou, que ela se foi. Dói esse confronto. Dói aceitar e lutar contra. Lutar uma luta inglória. Lutar contra o óbvio... A morte lhe bate na cara e não perdoa nada. O que consola é saber que você deu o seu todo.

Sem texto e tempo para pessoas que vivem caçando confusão.


domingo, 20 de janeiro de 2019


Amanhã, irei lá, minha filha tem horário marcado com a Sky. Não irei vê-lo. Nunca mais irei vê-lo. Não queria ir, mas vou, sei que você ficaria feliz por isso. Preciso ir para ter certeza. Parece um pesadelo. Há dez anos, eu não pensaria um dia o conhecer... você se foi cedo demais, abruptamente, e eu sinto essa perda. Você é uma das poucas pessoas nesta vida que realmente gostou de mim. Você gostava de mim, nós nos gostávamos, Alan, nós nos gostávamos...

sábado, 19 de janeiro de 2019

Há exatamente dez anos.


Dez anos! Vejo a fotografia tirada na primeira semana e tenho dó de mim. Os dois anos anteriores à nossa chegada, de mim e dos meus filhos, não havia sido fácil, eu sabia, mas a foto que revejo hoje diz muito mais, mas não vou chorar nada. Só tenho a comemorar e a agradecer. Por coincidência e pela força das circunstâncias sinto-me para fora do casulo, capaz de respirar outra energia, como se tivesse sido recolocada em outra dimensão, paralela.

Venci dez batalhas, dez pessoas, dez mundos, dez de mim! Vejo o mundo caleidoscópio nos prismas de cada ano e endereço. Tudo se transformou em algo compacto feito pedra, feito chão, feito eu. Tornei-me um ser compacto, embora abstraído... o mundo ficou fácil. Esta cidadezinha americana é agora meu porto seguro.

Tem lodo, tem história, recordações, memórias. Escrevi nossos nomes na areia da praia e o mar não lambeu. Quem tudo apagou foi o dia seguinte. Passa muita gente. Alguns falam demais. Outros se ardem de raiva. Tudo em vão. O dia seguinte é sempre outro, sempre novo, embora eu, quase a mesma, quase gente, quase pedra, quase amor, caminho. 

Viu que eu passei? 

Com licença, continuo. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Tempo de comemorar!


Então, o que eu fiz nos últimos dez anos? 
Em janeiro de 2009, mudei com meus filhos para os EUA. Junto com R. criei meus filhos e orgulho-me de cada passo dado, cada pensamento que tive, cada ideia, cada alegria e luta. Orgulho-me de mim, de nós. Totalmente sozinha, mostrei a que vim. A que viemos... O fim é o princípio, a meta, o foco. 

Para sempre "Éramos quatro". E éramos e somos fortes e felizes. Tudo um presente, tudo Divino, de Deus, do Amor, do Universo. Amém.
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(arquivo pessoal de Suzana Guimarães)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Este som de chuva embala-me. A casa está em silêncio e eu em paz.




Aos 52 anos de idade, constato que o que mais me incomoda não é a desatenção, a falta de educação social no trato, a perda... o que mais me incomoda é lidar com situações ou pessoas que me fazem perder tempo. E isso não é por que sinto-me com pouco tempo de vida pois meu tempo de vida é fato e tudo que vivi já foi bem proveitoso e o futuro é promessa assim como é para qualquer um, velho ou bebê. Não gosto de perder tempo. Não me sinto à vontade, fico raivosa, irada, sem paciência. Nos últimos anos alcancei a graça da tolerância, mas, por favor, não me faz perder tempo! 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019


Não te rendas

"Não te rendas, ainda estás a tempo
de alcançar e começar de novo,
aceitar as tuas sombras
enterrar os teus medos,
largar o lastro,
retomar o voo.

Não te rendas que a vida é isso,
continuar a viagem,
perseguir os teus sonhos,
destravar os tempos,
arrumar os escombros,
e destapar o céu.

Não te rendas, por favor, não cedas,
ainda que o frio queime,
ainda que o medo morda,
ainda que o sol se esconda,
e se cale o vento:
ainda há fogo na tua alma
ainda existe vida nos teus sonhos.

Porque a vida é tua, e teu é também o desejo,
porque o quiseste e eu te amo,
porque existe o vinho e o amor,
porque não existem feridas que o tempo não cure.

Abrir as portas,
tirar os ferrolhos,
abandonar as muralhas que te protegeram,
viver a vida e aceitar o desafio,
recuperar o riso,
ensaiar um canto,
baixar a guarda e estender as mãos,
abrir as asas
e tentar de novo
celebrar a vida e relançar-se no infinito.

Não te rendas, por favor, não cedas:
mesmo que o frio queime,
mesmo que o medo morda,
mesmo que o sol se ponha e se cale o vento,
ainda há fogo na tua alma,
ainda existe vida nos teus sonhos.
Porque cada dia é um novo início,
porque esta é a hora e o melhor momento.
Porque não estás só, porque eu te amo."

Mário Benedetti

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Sigamos! Qualquer coisa, seguiremos as luzes das estrelas. A escuridão não é de todo... sigamos as luzes dos céus.



Ainda não encontrei a expressão certa para explicar a última passagem, dezembro para janeiro, coisa de sete a nove dias...

Andei falando que ia para a América do Sul, andei alardeando meu cansaço, precisei estar com a minha mãe.

Tão doce dizer, “Foi uma excelente época que finalizou-se.” Deveríamos repetir mais vezes essa frase. 

Se for para eu cantar sozinha, que seja na luz. 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019


Entre o são e o insano vejo um fio de luz, ligando um poste a outro, onde pássaros já pousaram e ainda pousarão. Vejo a simplicidade do mundo e a disposição das coisas e pessoas. Ao final, tudo é um conceito só, única chama, vários prismas: misteriosa existência.

(Originalmente publicado em 5/01/2015)

terça-feira, 1 de janeiro de 2019


Quando queremos criticar para baixo tudo é motivo. Não suporto esse olhar negativo escapista de muitos.

Nota


“O Medo de Suzana “ e “Contos de Lily “, meus primeiros blogs, viveram por oito anos e sete meses - de maio de 2010 a dezembro de 2018. Por serem ainda lidos, não os apagarei, mas escreverei apenas em “Eu disse que gostava de diários?”. Esse blog surgiu em 2013, no hospital onde meu pai estava internado. Pensei que seria algo passageiro, um simples alívio para meus dias tristes, mas ele ficou, o meu hábito de escrever um pouco sobre meu cotidiano. 

Sou lida e isso mexe comigo, principalmente por não saber quem me lê - apenas o país onde houve visualizações... e essa gente volta sempre, o que acaba por criar um laço entre nós. Passou a minha fase egoísta do início de me sentir usada. Quem escreve e publica não tem esse direito. Aprendi a lidar com meus leitores. 

Ano novo, vida nova.

Feliz pela democracia no Brasil.


2019


Se eu emagrecer os quilos que ganhei nos últimos quatro meses estará ótimo. Não tenho desejos, vivo. Manter-me forte basta, é tudo que pretendo. Quem é forte é feliz e realizado. Pessoas que balançam desagradam-me. Aprecio os firmes e tenazes.