EU DISSE QUE GOSTAVA DE DIÁRIOS?

Fotografia, Suzana Guimarães
Data: Junho de 2020


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

I`m feeling blessed for God.

Desconheço autoria da imagem


Tive um sonho há mais de um ano, início de 2012. Acordei feliz com o que viria pela frente para os meus filhos, em suas escolas. Mas, no sonho havia a surpresa do último instante. Ele, então, se concretizou pela metade e, por um ano, meu filho, meu marido e eu sofremos com a situação imposta. Porém, continuei acreditando na mudança, pois eu havia sonhado. E, todo dia, eu passava em frente ao colégio e todo dia eu relembrava. Por um ano, tivemos que suportar, até que outra nótícia chegou, o erro havia sido sanado, um ano depois. Então, não haveria o último instante, e eu voltava a me lembrar do sonho, que falava dele. Quando eu estava no Brasil, outra notícia, a de que o erro não havia sido corrigido, de fato, e, meu filho continuaria estudando no colégio que não era para ele e nem ele para tal instituição... isso, golpeou-me na alma. Impotência. Desespero. Chorei de doer. E a lembrança do sonho ardia... Dias depois, alguns anjos pessoas atenderam ao nosso pedido de socorro, e, enfim, o problema foi teoricamente resolvido. Contudo, eu não tinha mais tanta fé assim, ela desmoronou-se em idas e vindas... 


Era para ser no útimo instante, e foi, foi nos últimos quinze minutos, pois tudo continuava na mesma posição, até então. Os anjos ajudaram, mas alguns preguiçosos, não. O Sol ardia meu rosto, o diabo soprando seu hálito quente e eu correndo de um lado para o outro, e, me sentando, e fingindo-me calma, paciente. Como alguém pode ser assim, tão espremida? Na faculdade, nas provas orais, os professores diziam gostar de espremer-me para que saísse todo o sumo da laranja, meu conhecimento, a fruta. E eu sofria. 

Problema resolvido, voltei para casa, após duas horas. Doía todo o meu corpo. Eram os venenos, correndo pelas veias... remédio para dor foi a solução, pois eu tinha compromissos pela frente. 

Fico pensando na antipatia que muitos têm por americanos, inclusive eu, num passado bem remoto. Eles adoram a minha presença e demonstram isso. Eles adoram o meu sotaque, dizem "your accent is so beautiful!". Eles ficam tristes quando descobrem que estou fazendo uma matéria na faculdade para reduzi-lo. Eles socorreram-me, sem alarde, sem muita festa, eles são assim, pragmáticos. Eles me tratam com extrema calma e seus olhos brilham para mim, as mulheres abraçam-me bem apertado, brancas e negras, me espremem, mas, nesse caso, eu gosto e sorrio em agradecimento e aperto-as também. A nossa casa é onde nos sentimos bem, compreendidos e admirados. E nós falamos Línguas estranhas... contudo, os corações têm suas próprias regras de conduta.

Eu disse que gostava de diários?

I`m feeling blessed for God.