EU DISSE QUE GOSTAVA DE DIÁRIOS?

Fotografia, Suzana Guimarães
Data: Junho de 2020


segunda-feira, 27 de abril de 2020




As festas de anivérsários das crianças estão acontecendo, mas em formato diferente. O usual é a família da criança aniversariante enfeitar a casa pelo lado de fora, os amigos chegarem de carro, em fila, deixarem um presente, e receberem um saquinho de surpresinhas. A família de um conhecido convidou inclusive um policial e, de carro, ele escoltou o grupo pelo bairro. Acredito que as crianças ficaram felizes assim no oeste, polícia, mocinhos...

Nunca mais vi para comprar papel higiênico, fermentos para bolo e pão, e álcool. Se procurar, encontra, mas nos diversos supermercados que fui, não. Álcool, realmente, duvido muito encontrar.

Nos fins de semana, as calçadas em frente ao mar estão com muitas pessoas caminhando, deitando-se na grama, mas eu, honestamente, não tenho vontade. Talvez porque eu more em casa. Talvez, se eu morasse em apartamento, estaria lá também, para tomar sol. Parou de chover. Caminhamos, então, para o verão.

Os céus continuam os mesmos. Maritacas voam em bando, naquele verde de estremecer os olhos. Os patos, todo fim de tarde, sobrevoam o telhado da minha casa, em direção ao sul e o barulho deles é um presente aos meus ouvidos.

Parece tudo normal, assim, olhando a olho nu, mas não está. Somente a natureza continua em seu ritmo. Colhi rosas no meu jardim. Enfeitei a casa. Li que roseiras amam sol, pouca água e ter suas rosas podadas; quanto mais se corta, mais produzem. Sabia que as rosas são chinesas? 

Eu não sabia de muita coisa e de outras, como disse o poeta, desconfio.