"Perdi-me do nome,
Hoje podes chamar-me de tuaDancei em paláciosHoje danço na ruaVesti-me de sonhosHoje visto as bermas da estradaDe que serve voltarQuando se volta para o nada
Eu não sei se um Anjo me chamaEu não sei dos mil homens na camaE o céu não pode esperarEu não sei se a noite me levaEu não ouço o meu grito na trevaO fim quer me buscar
Sambei na avenidaNo escuro fui porta-estandarteApagaram-se as luzesÉ o futuro que parteEscrevi o desejoCorações que já esqueciCom sedas mateiE com ferros morri
Eu não sei se um anjo me chamaEu não sei dos mil homens na camaE o céu não pode esperarEu não sei se a noite me levaEu não ouço o meu grito na trevaE o fim quer me buscar
Trouxe poucoLevo menosA distância até ao fundo é tão pequenaNo fundo, é tão pequenaA queda
E o amor é tão longeO amor é tão longeO amor é tão longeO amor é tão longe"
Maria Bethânia, Balada de Gisberta.