"Criança, eu queria escrever com força, com verdade, de forma que não ficasse dúvida sobre aquele enunciado. Para não exagerar nos adjetivos, nunca achei graça nesse recurso enjoado, fincava o lápis no papel. A ponta afiada, às vezes, atravessava a folha indo parar na página seguinte. Quanto mais ênfase eu queria garantir numa ideia, mais fundo ia com o lápis, caprichando na letra e na intenção.
Aquilo me dava uma sensação de autoridade, de ser dona da palavra. Melhor, de ser lida, de ser ouvida. Era um grito por escrito".
Marina Moraes