EU DISSE QUE GOSTAVA DE DIÁRIOS?

Fotografia, Suzana Guimarães
Data: Junho de 2020


domingo, 2 de maio de 2021

"Eu não sou a sua empregada!"

Eu costumava ir a casa deles. Sentados à mesa da sala de jantar, o motivo de riso da família era um deles pedir ao outro algum favor, servicinho, ajudinha, o que eu chamaria e chamo de pequena gentileza. Era pedir para ouvir, "Eu não sou seu empregado."
Eu não ria. Não ria porque não achava a mínima graça naquilo. Eles riam como se aquilo fosse a maior piada e a mais engraçada do mundo. 

Servir alguém nunca me diminuiu. E também nunca me aumentou. Nunca fez a mínima diferença para o tamanho do que sou e me entendo. É um ato como outro qualquer; banal.