EU DISSE QUE GOSTAVA DE DIÁRIOS?

Fotografia, Suzana Guimarães
Data: Junho de 2020


segunda-feira, 20 de abril de 2020

O filme: A vida invisível.

O filme que não indico:
A vida invisível. Lançado em dezembro de 2019.

Já me contaram e eu já li, claro, sobre a vida das mulheres nas décadas de 1920, 1930, 40, 50, 60...
O filme diz que retrata essas épocas, mas durante todo o filme todos os homens brancos brasileiros ou não foram sacanas, egoístas e maus, salvo um gay e o detetive negro. Todas as mulheres foram ou apagadas ou sofridas. Quatro pessoas morreram: dois homens já velhos e não nos deixam saber como e por que e duas mulheres bem mais novas, de câncer, após muito sofrerem. O único homem que foi tremendamente bonzinho deixando a sua casa para uma das mulheres não apareceu hora nenhuma, apenas foi mencionado como sendo um bobo que acreditava nos gozos sexuais que ela fingia para ele. 
Por que suportei até o fim? Porque eu esperava a entrada triunfal da Fernanda Montenegro, e, claro, ela deu um show, mas ela só aparece no fim do filme, no papel da pianista sofrida.
O mundo não é assim. A vida não é feita tão burramente. Há homens maus e bons e mulheres também más e boas. Como alguém pode ter uma visão tão estreita, obtusa, como não consegue viver sem generalizar? Só pode ter sofrido muito para não ter tido olhos que vissem melhor. 
Lamentável. E ainda sonhou com o oscar.