Sinto-me chacoalhada. Nem sei se isso é bom ou ruim. Não sei se isso significa muito na minha história. Só sei que fui chacoalhada, mexida, revirada, batida, espremida: roupa na máquina de lavar, nem sempre com enxague. Essa coisa de ser forte e seguir em frente pode cansar. Dizem que o importante é ser feliz, focar no que importa, engolir os sapos por bens maiores...
Perdi as minhas referências. Já nem sei mais o que é bom ou ruim. Sigo sorrindo, fingindo que não vejo, respirando...
Talvez, ou muito provavelmente, eu não queira nada disso!
Mas já nem sei mais o que importa.
Seriam teus olhos apaixonados? Seriam teus olhos medrosos, secretos, fugitivos? Seriam os meus assustados?
Perdi minhas certezas. Já nem sei mais se as quero.
É quase Natal, é quase Ano Novo e eu queria que tudo parasse para eu reaprender a ser eu.
Outubro, 2018 que se vai... e eu, chacoalhada, abobalhada numa esquina que saiu do mapa.