Já não me importa ouvir 'nãos'e vivenciar omissões, dirigir qualquer carro, empacotar minhas coisas, doar grande parte, desfazer-me. Já não me importa não entender o que falam, o que pensam, nem as minhas cicatrizes pelo corpo - as da alma estão transparentes!
Posso ir a qualquer lugar, mesmo que eu esteja levemente tonta, levemente cansada, já posso usar qualquer banheiro público, e conversar até com quem só fala chinês. Aprendi isso quando aprendi que tenho três bolinhas vermelhas caminhando na mente, e, a cada hora, cada olhada, é a vez de uma, e não das três ao mesmo tempo.
Já não me importa o assédio amoroso, pesco dele o que irá me trazer satisfação e nada mais.
Já não me importa não gostarem de mim, não me darem atenção, eu sou uma verdadeira festa; autônoma.
Já não me importa onde moro, o que ganho, pois, eu já perdi muito e tive muito medo, agora, vivo em cima deste ser que me criei.
Já não me importa qualquer julgamento seu; eu já me julguei e me absolvi faz tempo...
e até isso não tem importância.
e até isso não tem importância.
Outubro, 11