para quando eu acordar com o vento nos lábios
eu sempre quis oferecer uma paisagem de regato
como naquelas telas de Monet
com as cores mais dissonantes de nenúfares
tu serias a favorita da ponte a lançar-me
dúvidas arquejantes no horizonte
a por cabelos alvoraçados e grisalhos
eu ficaria com a incumbência de te louvar
mesmo quando afastasses esses lábios
e teus sorrisos me fizessem desatino
tu serias nuvem no inquietante caminho
floração de múltiplos quereres
o clarim da alvorada, o despertar da ventania
[assis freitas]