Em algum momento de hoje, este ar de outono levou-me para trás - eu sei, nunca mais seremos aqueles dois, o deus tempo nos poliu -, e eu me vi olhando o mar, pensando no que corria por baixo de suas águas... você dizia, mexa a mão nas águas turvas...
De turvo, tem nada!
É novembro. Vou ter meu canto nalguma cidade minúscula, onde não passa nada, nem trem, nem avião, muito menos um carteiro. Vou respirar o ar bem assim, profundamente - só para ver você assim, respirando profusamente...
Sem luz, bastaria a de querosene. Sem muita comida, estou gordinha. Sem telefone.
Vou ter meu canto.
Quero ver você passar. Quero ver você voltar.
Ah, pintarei meus cabelos de vermelho - para lembrar você de seu deserto.