Ele veio andando em minha direção e eu só percebi a cor quando ele me olhando, perguntou: "Mrs. Meneghini?". "Not, not... Mrs. Guimarães", respondi. Meu Deus, eu vi a encarnação da beleza: um par de olhos azuis, muito mais densos e brilhantes que a mais bela das Safiras, azul quase invenção, quase mentira, azul Brandeis Blue, que eu até então não conhecia. Azul da cor do pequeno retângulo do Google, mandando fazer Login, e do "Enviar", da cor da gominha de cabelo da minha filha, que acabo de ver em cima da pia do banheiro. Nem sei o que ele falou para mim e para o meu filho, só sei que eu disse, "Your eyes are pretty!", e, enquanto dizia, tola me sentia porque jamais conseguiria definição completa. Ele riu e agradeceu e, mais tarde, meu filho comentou: "E eu que fiquei um ano tendo aulas com ele e vendo aqueles olhos...".
Azul da paleta de tintas que o artista não pinga, espreme e esparrama desmedidamente.
Azul hipnótico, deixou-me tonta, ainda bem que não me perguntou mais nada...
Meu Deus ainda desenhou sobrancelhas e cabelos negro do carvão, da mais escura de todas as noites...
e parece que ele nem sabe...
Eu disse que gostava de diários?
Novembro, 3