Está chovendo, Luís. Faz frio. A sua avó disse que eu deveria trazer roupas de verão, já que estava fazendo muito calor. No máximo, um casaquinho, uma jaqueta jeans. Mas, faz frio porque chove, e eu, eu que tanto queria a chuva nos últimos meses... satisfaço-me de alguma forma, mesmo sentindo a minha mais nova antiga dor, pois, quando seu avô volta aos meus pensamentos, a outra dor revela possuir memória. Sim, existe memória de dor. E você não está aqui para zelar por meu sono. E eu me sinto espremida, esmagada nos ossos e músculos que vão do peito às costas, das costas ao peito. Certa frase também ganhará espaço em minha memória d'alma: "questão de horas". E eu sempre me lembrarei que ele esperou-me em chuvas...
Outubro, 8