Assisto à vida. Sentada na fila de trás não sei se o que me diverte é o público ou o filme a que assistimos. Jocoso mar sem fim onde entram todos, os que sabem e os que não sabem nadar ou pensam que sabem. Assisto. Essa é a minha única diversão pois de fato esse mar cansa e essa sala e esse filme. Cansam-me também toda essa gente e meu corpo ora elegante ora frouxo. Alegra-me saber que essa gente se substitui, se move, nasce e morre e, em mim, alguns poucos são eternizados. Assisto. Debocho. Sou também essa brincadeira, esse filme, esse mar, essa sala de diversão; essa gente toda.
Assisto. Agonizo. Ardo.