Tudo o que espero de mim é que eu seja madura, adulta, tranquila diante dos fatos presentes e quase futuros em respeito a tudo que vivi. Tenho certo contato distante com pessoas imaturas, quase adolescentes, que têm a mesma idade que eu. Não há mais em mim espaços para cutucadas ou alfinetadas discretas e não sei o que querem dizer quando dizem que se eu tiver algo a reclamar que eu diga na cara. Quando eu tinha treze anos, e as minhas amigas também, recebi uma lição delas, e bastou uma única vez para eu aprender. Eu tinha o hábito de me pendurar nos ombros delas, reclamando cansaço, enquanto caminhávamos nas ruas de Ponte Nova. Tínhamos treze anos. Entende por que não entendo e não aceito imaturidades? O tempo passou, caramba! Se seus pais ou suas colegas não a ensinaram, não será eu, com certeza.
Cutuca-me porque não pode comigo e tenta vencer-me. Óh, lástima!
Quero mesmo é a tranquilidade que alcancei. Ser madura, isso soa lindo! Não combina atitude adolescente em um corpo gordo e enrugado. Um tempo atrás, um cara numa caminhonete enorme me deu uma fechada no trânsito e depois ficou me encarando. Não sei bem o que ele queria, mas eu botei a minha língua para fora, para ele, e ele se envergonhou todo. Foi imaturo, eu sei. Por charme, ainda tenho meus rompantes raros e rápidos. Não aquela coisa sebosa de ficar torrando o saco do outro.
Tudo o que espero de mim é uma certa fleugma diante de tudo nesta vida. Espero continuar me perfumando, tratando da minha pele e da minha saúde, rindo bastante como sempre fiz, viajando, escrevendo, bebendo um cálice de licor de laranja...
Hoje, o que mais combina comigo é a leveza, mesmo que em um corpo cansado e velho. Eu vivi intensamente todas as minhas idades. Preenchi minha alma com histórias para serem lembradas, mas delas nem me lembro... essa vida de hoje me apraz.