Em diferentes estágios de abstração...
Mais cedo, absorvi a energia da moça do caixa, na loja... hábito antigo. Entreabri os olhos, satisfeita pelo delicado furto - posso relembrá-lo agora, sensação calma, fio de água lavando o estresse, abrandando a correria... sossego. As mãos dela pegavam as etiquetas das coisas compradas... unhas longas, negras, coloridas de rosa escuro... leve sono em mim. Torpor.
Meu carro passa e eu olho as praças da cidade, os bancos perfeitos, intactos, limpos, também a grama, ruas, calçadas... eu amo essa terra.
Mas é hora de ir ali... para a terra da crueza, meu berço.
Busco abstrações. Desfoco meu coração. Embaço os olhos, respiro os ares, já estou meio cá, meio lá.
Penso na moça da loja... todas as coisas se embrulham em seus pares...
Julho, 9