Vivo anos em meses...
Vivi um ano em um mês, certamente. Hoje, tombo mais que cansada. Não adianta a mente ordenar se o corpo não atende... só mesmo essa enorme vontade de escrever que me bateu há dias e entrego-me, rendida.
Eu tive que me mudar de endereço novamente e em pouco tempo, e, dentro desse processo para frente, futurista, imediato, fui puxada para trás...
Hoje a poeta escreveu, “O tempo que não cuidou de nossas histórias “.
Sem mesa, computador e internet teclo dedos hesitantes...
A casa é plana, clara e arejada. O cão labrador late quando abro as portas da varanda, ele agora haverá de aprender Português porque a vizinha só fala assim... Português do Brasil.
Aquelas caixas de um ano atrás empilharam-se na sala. Aos poucos, eu venço a bagunça.
E o passado remexe a minha mente. Bateu à minha porta, dias atrás, e me consome. Me consome. Está me roendo, igual ao cão na cerca.
Mexo justamente onde nunca toquei. Mexo onde o tempo não trabalhou.
Maio, 19