Seu amigo F. foi quem me contou: "Ele sempre teve muita depressão, mas nos últimos meses estava bem , segundo ele, foi a Fernando de Noronha em novembro, estava fazendo doutorado, comprou casa, carro, fazendo academia, terapia, enfim".
Levei um baita susto com a notícia.
Nunca me esqueci de você, ainda tenho seu livro, embora tenhamos perdido contato pois você não quis me seguir no meu outro perfil que criei. O antigo perfil continua lá e às vezes, eu o visito, embora nada fale.
Você decidiu partir deste mundo e tenho que entender. Você teve os seus motivos, mas, confesso, não aceito e eu sei que ninguém precisa do meu aceite, mas, hoje, eu estive em uma assembléia e um grupo de adolescentes com demência física, psicológica e mental se apresentava para receber aplausos por seus méritos alcançados. Emocionou-me muito assisti-lo e as pessoas aplaudem e ninguém está pensando em aceite ou não aceite, pois o nome disso é vida e vida é isso. No fim da festa, a presidente da mesa diz, "O que é esperança", tradução minha - "Esperança é você".
Fico remoendo-me para entender este processo drástico de fim ao qual todos nós estamos sujeitos, quem garante qualquer coisa nesta vida?
Nunca terei uma resposta.
Talvez tenha acabado o seu número disponível de perguntas. Na falta delas, você se foi e a gente fica aqui, fazendo mais uma pergunta:
Por que você se lançou ao fundo obscuro da morte?
Fim.