Hoje eu percebi que perdi uma das poucas pessoas que me fazia rir de verdade, a ponto de ir correndo para o banheiro cruzando as pernas. Não gosto de pessoas que se fazem de engraçadas, mas com ela tudo era possível, sem intenção ou com intenção, ela me acertava. Tinha o dom de imitar pessoas e era perfeita ao imitar nosso pai. Debochava das pessoas e de si mesma e aumentava a dose quando eu começava a rir. Fazia de propósito e sem propósito e fez também no ambulatório do hospital. Falava besteiras e fazia caretas, e se eu risse, aumentava o exagero. Perdi. Preciso aceitar. Preciso antes de tudo, acreditar. O problema é esse, não acredito que ela não está mais em lugar algum.
Fevereiro, 24