AGOSTO
Quem passa por mim não percebe
Porque eu tenho um riso,
Mesmo quando o luar é breve
E o silêncio no peito é preciso.
Quem passa por mim não vê tristeza
Porque eu tenho um jeito,
De não seguir conforme a correnteza,
De não querer ir, mesmo a despeito
Da sensível marca no meu rosto,
Da lágrima contida deste agosto,
Do imenso mistério ali posto.
Enquanto essa não sou, assim sonho...
Invento palavras minhas, componho...
Minto, finjo, deliro, suponho.
Tonha de Corró
Tonha de Corró