De que adianta sucesso financeiro e ou social se não se pode transitar pelas ruas brasileiras sem um mínimo de segurança? De que adianta se não posso dirigir meu carro com os vidros abaixados, sentindo os ventos e os silêncios das noites e madrugadas, ou o frescor da manhã em uma caminhada pelo bairro sem ser importunada por alguém? De que me adiantaria um carro forte, bonito e caro se não posso estacioná-lo sem sofrer a pressão de um tomador de conta de carros ou ter que pagar valores elevados nos estacionamentos sempre pagos, nunca gratuitos, ou correr o risco da morte certa nas esquinas desavisadas?
De que me adiantaria todo o sucesso, todo o ouro se não posso ser eu? Se vejo tanta tristeza nos rostos das pessoas nas ruas, tantos buracos, remendos e impunidades?
Para que ser parte do país mais alegre do planeta se o medo é a minha principal companhia?
Prefiro a língua estranha. Prefiro a sensação constante de isolamento. Prefiro a minha vida nos Estados Unidos. Mil ouros eu daria para estar aqui novamente.