ME...

Três anos que você morreu, sumiu, partiu deste mundo horroroso. Sua música tocou no táxi em Belo Horizonte, quando eu estava lá, este ano. Levei um susto, não a ouvia há anos. Tanta gente para morrer e foi você quem se foi. G e eu acreditamos que você quis. Você quis, não foi? Eu teria feito o mesmo, saiba, mas a gente sente a sua falta. Ele me disse que cães uivaram no prado nesta madrugada. Eu não dormi, levantei duas vezes de madrugada para comer pipocas velhas que AL deixou na pia da cozinha. Eu a deixei naquele quarto de cti por volta das 8 horas da manhã logo após ter sonhado com você sadia, bonita, mais jovem, vestida de preto mas com flores muito coloridas... fui para o hotel descansar da madrugada e porque eu não queria ouvir seu último gemido. Liguei para mãe, falei: venha ficar com ela, estou saindo. Foi bom, assim eu não vi a cara dele, do desprezível, quando chegasse com nossa mãe. Três anos, três meses, trezentos anos, eu ainda não sei bem por que você se foi, mas estava tudo certo, está tudo bem, tudo o que lhe prometi, cumprirei.