Eu protejo o que me dói. Porque é meu, e em mim o bem e o mal andam pela mesma estrada; a morte é extensão da vida, o próximo instante, sem circo, sem picadeiro, corre solta assim como a vida, nada demais! Morrer é dar o próximo passo. Tão absurdamente natural e ainda assusta e faz medo. Em mim, assusta a vida, o futuro mais incerto ainda de quem ficou e vive.
Eu protejo também o meu amor, cada um deles e o meu próprio. Amo-me! Sou o resultado de muitas forças que se moveram por mim. Faço honra a isso!
Renego todos os conceitos pois nunca me alegraram. Prefiro a singeleza da distração, nela finjo a vida, a morte, a dor e o amor.
Outubro, 17
Mas hoje eu não a alcanço, a distração. Nem qualquer conceito. A folha da árvore que cai e eu somos o mesmo: momento ausente de passado e futuro. Matéria que se basta em seus limites.