No ano passado, passei horas vendo fotografias do povo yazidi fugindo de suas casas, indo sem rumo pelas estradas de terra, apenas com as roupas do corpo, fugindo dos ataques, no oriente. Parecia obsessão, eu varava a noite, não por masoquismo, mas sim porque eu queria entender e lia, lia... No entanto, o que me marcou profundamente foi encontrar, naquelas pessoas, principalmente mulheres e crianças - já que a maioria masculina já estava morta -, elegância, dignidade, hombridade, algo que não sei denominar, nenhuma palavra me ajuda, nenhuma consegue dizer o que eu senti. Só sei que vejo e sinto isso nessas fotos, mas não sinto em tantas outras, onde a vida transcorre normalmente, longe de qualquer situação extrema, mesmo sabendo eu que todos nós temos nossos céus e nossos infernos para carregar.
Setembro, 2015